Tuesday, April 25, 2017

Psicofobia – o preconceito da falta de informação



Infelizmente, em pleno Século XXI, ainda existe preconceito em relação a pacientes que sofrem de depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia e outras doenças. É a chamada Psicofobia. Em geral, pessoas mal informadas e sem compaixão classificam portadores de transtornos e de deficiências mentais como “loucos”, e psiquiatras e psicoterapeutas, como “aproveitadores”. Essa leitura revela uma visão totalmente distorcida sobre as limitações dos pacientes e do papel de dos profissionais na vida dessas pessoas.

Dentre as ações que colaboram para a conscientização da sociedade está a disseminação de informação de qualidade. Nós, do IPAN, procuramos fazer isso, começando aqui pelo nosso site, com conteúdos relevantes que esclarecem sobre a importância dos tratamentos na vida desses indivíduos que sofrem com o preconceito. Informando-se e compartilhando esse conhecimento você nos ajuda a vencer essa barreira e a conscientizar mais e mais pessoas.

Sabia que, em geral, transtornos e deficiências mentais são mais comuns do que imaginamos: pesquisas revelam que uma em cada quatro pessoas tem problemas de saúde mental e, muito provavelmente, você pode conhecer ou amar alguém que já teve um transtorno mental. Por isso é tão importante se colocar no lugar do outro e tentar entender limitações que, muitas vezes, estão aquém da vontade e da capacidade da pessoa de lidar de forma diferente com aquela questão. Com a conscientização e mudança de postura podemos vencer o preconceito.

Ao contrário do que se pensa, expor-se a um tratamento psiquiátrico é um ato de muita coragem, pois se confrontar é extremamente doloroso e requer muita força de vontade.
Com o seu apoio e sensibilidade podemos atenuar a dor de pessoas que já sofrem muito e que merecem se verem livres do preconceito. Os pacientes que sofrem com a discriminação, assim como todos os profissionais envolvidos, agradecem.

IPAN, campanha contra a Psicofobia.

Wednesday, April 5, 2017

Depressão: a doença que afeta o humor







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A depressão é o transtorno psiquiátrico mais predominante ao longo da vida (até 27%), e que acomete pessoas de todas as idades: crianças, jovens, adultos e idosos. Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, é uma das principais causas de invalidez no mundo, afetando cerca de 350 milhões de pessoas. Com o objetivo de alertar a população, reduzir o preconceito, fazer com que mais pessoas conversem a respeito e busquem ajuda, a OMS iniciou uma campanha chamada “Depressão: Vamos Conversar”, que será lembrada no Dia Mundial da Saúde, em sete de Abril.

Dentro desse contexto, o humor é uma das dimensões mais conhecida do psiquismo, mas também a mais difícil de ser definida. Ele se caracteriza por um estado afetivo que permeia o comportamento e a eficiência no modo do indivíduo reagir ao ambiente, às pessoas e aos acontecimentos, com atitudes imediatas frente a diferentes acontecimentos, e que podem manifestar alegria, tristeza ou indiferença.

Falando especificamente de tristeza, é algo que faz parte da vida, todos a sentirão em algum momento. Mas, dependendo da intensidade e frequência, pode ser um dos sintomas da depressão, assim como outros não menos importantes, como a perda do apetite, perda de iniciativa, apatia, desanimo, perda do interesse sexual, incapacidade para trabalhar, desejo de morrer, pessimismo, insônia, sentimento de culpa, baixa autoestima, falta de prazer, alteração da atenção e concentração, cansaço, irritabilidade etc. Além destes, outros sinais também podem ser reveladores, como aparência descuidada, barba por fazer, cabelos em desalinho ou penteados parcialmente, cabeça baixa, lentidão psicomotora e etc.

Mas para se chegar a um diagnóstico preciso de depressão, é necessário que haja mais do que tristeza, ela tem que ser prolongada o suficiente para que se conclua que, de fato, aquela pessoa não consegue reagir sozinha.

Depressão e suas classificações

A depressão é uma doença classificada dentro dos transtornos do humor, os chamados Transtornos Depressivos. Uma primeira subdivisão categoriza os Transtornos Depressivos em Bipolares e Unipolares. Os Bipolares são os caracterizados pela ocorrência prévia ou não de episódio maníaco ou hipomaníaco, e os Unipolares pela não ocorrência desses episódios. De qualquer modo, as manifestações de um e de outro são bem semelhantes.

Existem outros tipos de classificação, como por exemplo, por frequência e intensidade: indivíduos que apresentam mais de um episódio, Transtorno Depressivo Recorrente; com sintomas moderados e graves, Depressão Maior; que apresentam sintomas leves de longa duração, Distimia, com depressões de qualquer intensidade, porém, por tempo mais curto, Transtorno Depressivo.
Além dessas, existem as classificações por sintomas específicos, como: predomínio de sintomas vegetativos (insônia e inapetência) e características circadianas (pior pela manhã), Depressão Melancólica; sonolência excessiva e aumento do apetite, Depressão Atípica; sintomas de prejuízo cognitivo, ou seja, do entendimento; Pseudo Demência; presença de delírios e/ou alucinações, Depressão Psicótica, e episódios que aparecem em épocas determinadas, Depressão Sazonal e Depressão Pós-parto.

Como diagnosticar a depressão?



O diagnóstico da depressão é clínico, baseado no histórico e nos sintomas. Por outro lado, há evidências de transtorno do funcionamento e estrutura cerebral, além de alterações neuroendócrinas, inflamatórias e dos neurotransmissores (serotonina, dopamina, noradrenalina, glutamato), que equilibram o humor e as emoções. Contudo, ainda não foi identificada alteração específica para depressão.


Quais as causas da depressão?

A causa é desconhecida. O modelo explicativo atual combina predisposição genética a interação com fatores estressantes (problemas financeiros, separação, perda de um ente querido, perda de emprego, frustrações, decepções, violências etc.). Na maior parte dos casos, trata-se de uma somatória de eventos ao longo do tempo e, em alguns casos, não é possível identificar o fator desencadeante. É importante dizer que depressão não pode ser encarada como falta de caráter ou de religiosidade. Ela é uma doença que pode atingir qualquer um. Não respeita idade, sexo, religião, nada. E ninguém está imune!

Quais os tratamentos indicados?

 O tratamento mais utilizado na atualidade são os antidepressivos, sozinhos ou combinados preferencialmente com psicoterapia. Isso porque as medicações equilibram as alterações fisiológicas, enquanto a psicoterapia aborda questões psicológicas. Em alguns casos, a eficácia dos antidepressivos pode ser limitada, devendo incluir estratégias de potencialização e combinações.

Quando as medicações não surtem efeito, por excesso de efeitos colaterais, por exemplo, ou quando não são recomendadas, como na gestação, pois podem afetar o embrião/feto, outros tratamentos podem ser indicados, como:

Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva (EMTr): por meio de ondas magnéticas, modula os neurotransmissores e restabelece o funcionamento cerebral. Indicada em casos leves e moderados.




Eletroconvulsoterapia (ECT): por meio de disparos cerebrais autolimitados, equilibra os neurotransmissores e restabelece o funcionamento cerebral. Realizada em ambiente Hospitalar, é mais indicada em casos graves, refratários e com risco de suicídio.




Tuesday, April 4, 2017

Estimulação Magnética para Depressão no idoso


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Dr. Moacyr é palestrante do XXI Simpósio Internacional de Atualização em Psiquiatria Geriátrica realizado no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, no dia 02/02/17. O tema da mesa redonda foi: Tratamento Biológico da Depressão do Idoso.

O dr. Moacyr falou sobre o uso da estimulação magnética transcraniana (EMT) no tratamento da depressão no idoso.
A EMT é um tratamento que estimula o cérebro com ondas magnéticas e modula neurotransmissores como serotonina, dopamina, noradrenalina e glutamato. Desta forma, normaliza o funcionamento do cérebro e melhora a depressão.

Com eficácia comprovada e reconhecida pelo FDA e CFM, a EMT é uma técnica com poucos efeitos colaterais, e por este motivo, pode ser usada com segurança no idoso.